domingo, 9 de maio de 2010

life game.

eu, no meu instinto natural de eterno observador, às vezes encaro o mundo e as pessoas como peças. pode parecer frio no sentido cru da palavra, mas com características que já nascem dentro de mim, eu não me atrevo a brincar, muito menos a deixar de lado. peças, como as de um jogo. nesse ciclo complexo existem as peças influentes e manipuladoras, as neutras e as que sempre saem de maneira mais fácil do tabuleiro. é sobre as peças que eu falo hoje, lembrando sempre que isso tudo é só a maneira com que eu enxergo as coisas.
a vida é um tabuleiro complexo, enorme, cheio de "volte 5 casas", "avance 10 casas" e "elimine o seu adversário". é um tabuleiro tão grande e difícil, que o "você venceu" é quase impossível de alcançar. mas eu vou voltando ao que faz esse jogo funcionar: as peças.
me peguei observando a forma de agir das pessoas ontem depois de uma noite ótima com pessoas melhores ainda. e a partir daí comecei a observar o tabuleiro de forma mais ampla. olhei pra trás e vi as casas que avancei, as que voltei e as peças que foram sendo eliminadas. de acordo com minhas observações, as peças mais influentes são, teoricamente, as mais espertas. elas mal se movem, apenas esperam sua vez de agir. se utilizam das mais fracas, até que estas estejam fora do tabuleiro. após a eliminação das mesmas, um embate sangrento de egos acontece entre as maiores. mas a surpresa maior é que, no final, sempre se esquecem das peças neutras e elas acabam vencendo o jogo. as fracas se deixaram manipular pelas grandes, as grandes se atacam com seus super ego powers e as neutras assistem tudo de camarote e chegam ao fim com calma e tática.
o engraçado é que, nessa loucura de tabuleiro, eu já brinquei de ser todas as peças. já joguei como peça grande, agi pra derrota das mais fracas afim de uma batalha com as outras big stars, até que saí do tabuleiro ferido. voltei e resolvi ser peça fraca. resolvi apanhar pra alimentar o ego das mais fortes. apanhei e, mais uma vez, saí do tabuleiro. agora voltei disposto a ser peça neutra, voltei abandonando a fraqueza e o monster ego.
depois de tudo. depois de avanços e regressos, de jogos e mais jogos, de alguma sorte e algum azar, eu percebo que eu, egoistamente, desejo que os fracos sejam marionetes dos grandes e que os grandes se estapeiem até sangrar. por que eu vou observar tudo e avançar todas as casas que eu preciso sem esforço. avançando neutro. com calma e tática, vejo vocês no "você venceu".

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

in my place.

contradições. quem nunca se deparou com uma pela estrada?
o velho conhecido "pagar com a língua" sempre acaba pairando sobre os ares de quem um dia ousa levantar opiniões fortes demais contra as atitudes alheias. é um fardo do qual nenhum de nós se vê totalmente livre no decorrer da vida. eu mesmo já me contradisse algumas vezes. confesso que o sabor é amargo, eu diria até dolorido.
mas no fundo, acaba ensinando alguma coisa. acaba ensinando que a gente não deve vestir a fantasia de juiz da vida alheia, muito menos das atitudes alheias. e acaba que, depois de determinado período de tempo, quem foi atingido de início pelo seu julgamento ri sadicamente por ver você sentado no banco do time do qual ela não faz mais parte, seja ele o desequilibrados futebol clube, o time dos desastres emocionais ou até mesmo o clube social dos super expostos estereotipados.
aprenda uma coisa, quando você se dá a pseudo-autoridade de inserir "educadamente" sua não-requisitada opinião na vida de alguém, no final, você acaba trocando de lugar com o atingido.
e eu hoje sou ex-jogador do desequilibrados futebol clube, do time dos desastres emocionais e ex-técnico do clube social dos super expostos estereotipados. não por que não possuo mais características cabíveis a cada um desses times. mas por que a vida, o tempo e os fatos colocaram meus olheiros no meu lugar.
é inevitável, sempre acontece. então, que as bocas ofensivas sejam caladas devidamente pelo tempo e que o aprendizado se faça presente no coração de quem um dia ousou julgar aquilo que não lhe dizia respeito.

learn something.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

eterno milho.

(...) "pesquisando sobre o tema, descobri que o milho que não estoura se chama piruá. sabe aquele milho que sobra na panela e se recusa a virar um floquinho branco, macio e alegre? piruá. e aí tenho que concordar com o escritor rubem alves, que já escreveu sobre o assunto: tem muita gente piruá neste planeta.
gente que não reage ao calor, que não desabrocha. fica ali, duro, triste e inútil pro resto da vida. não cumpre sua sina de revelar-se, de transformar-se em algo melhor. não vira pipoca, mantém-se piruá. e um piruá emburrado, que reclama que nada lhe acontece de bom. pois é. perdeu a chance de entregar-se ao fogo, tentou se preservar, danou-se.
domingo aconteceu outra vez: todo mundo enclausurado dentro de suas panelas. silêncio, tensão. o fogo foi aceso assim que o juiz apitou o início da partida contra a austrália. a seleção foi quente o bastante para nos fazer explodir.
e para mostrar para aqueles que têm vocação para piruá que o importante na vida é reagir às emoções, e não manter-se frio, fechado, feito um grão que não honrou o seu destino."

martha medeiros.

e o big brother, fútil e julgado, me trouxe esse texto.
piruá.

boa sorte.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

padlock times.

nesses meus dias de clausura é visível uma percepção maior dos meus próprios sentidos. é claro um maior auto-conhecimento, um certo saber próprio. em um saldo geral, eu posso dizer que minha situação atual é de medo. medo das pessoas, do que elas podem falar, do que elas podem fazer. é como se, pela primeira vez na vida, meu melhor amigo fosse realmente eu mesmo. fora as teorias, as frases de efeito que um dia eu já disse pra tentar organizar a vida de alguém, é como se realmente eu enxergasse com os meus próprios olhos que, no final, é você versus você.
acordo, tomo um banho, tiro de mim mesmo mais sete minutos de vida, almoço (sim, o café da manhã anda extinto graças ao horário de sono desregulado), sento à frente do computador, gasto mais alguns minutos de vida em frente à televisão e assim as horas passam.
no final do dia, me corre no sangue uma vontade de sair de casa, de correr o mundo, de ver gente, de ver olhos piscando, mãos se movendo, bater de pernas. mas, num súbito momento de pensar, começo a achar melhor continuar enclausurado.
o mundo anda me assustando, as pessoas costumam me confundir agora.
não sei se espero demais de quem não deveria esperar, não sei se projeto demais, enfim, não sei.
tudo que passa pela minha cabeça é que as pessoas não correspondem mais às minhas expectativas. posso até dizer que isso é culpa minha. espero demais, cobro demais, quero demais. mas no final, é isso que passa pela minha cabeça. pessoas me assustam.
passo longe de duvidar da importância que meus amigos têm em minha vida. são uma dádiva sim. das grandes. acho que no mundo não existem tantas pessoas com a sorte grande que eu tenho.
mas depois de tanto esperar, de tanto cobrar, de tanto querer, percebi que só quem pode ser mudado e ser cobrado é o meu íntimo. só posso cobrar e esperar de mim mesmo. só posso modificar o que eu tenho em mãos.
hoje eu prefiro a clausura. me sinto protegido. longe das amarguras, das lições que a vida insiste em me dar.
não me encontro em um momento de tristeza, prefiro acreditar que é uma fase de meditação, de compreensão.
os outros eu não entendo, mas de uma vez por todas, começo a entender a mim mesmo.
prefiro o trancar. e aqui ficam as mágoas, as tristezas, as incertezas e as inseguranças.
lá fora, quando a rotina me lançar novamente ao mundo, eu espero que um ser humano melhor ande pelas ruas, fale com as pessoas, sinta o que vem das pessoas, entenda o que vem das pessoas.
aguardo ansiosamente que esse amadurecimento forçado seja recompensado de alguma forma.
aguardo ansiosamente.
ansiosamente.

about me.

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ten is for you, so who gon' get the next dozen, fool?