segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

insomnia.

em mais uma das minhas inúmeras crises dominicais de insônia, tentei dormir pela terceira vez e não pude. já havia tentado o escuro, televisão, o simples fechar dos olhos e de nada adiantou. resolvi então dormir com música. procurei pelo meu mp4 no escuro, o achei e comecei a procura por uma música que me fizesse ficar tranqüilo (não, não me conformo com a extinção do trema) até que eu pudesse finalmente cair nos braços do sono. pra minha surpresa, não encontrei a maldita canção.
minha relação com a música é como a relação do seu corpo com o bater do seu coração. nada em mim funciona sem que haja uma trilha sonora, nem que seja dentro da minha cabeça.
durante a procura encontrei músicas que lembravam o meu último, falho e vergonhoso namoro, minha relação retardada por internet com uma pessoa que eu nem sei de onde saiu, minhas crises existenciais, as festas regadas a álcool, as luzes das boates, as brigas com os amigos, a solidão, a tristeza.
percebi então a besteira que tinha feito. eu, inocentemente, durante toda a minha ainda vida, liguei aquilo que me faz funcionar ao que me faz querer parar de funcionar: as pessoas.
como eu iria conseguir uma música que me acalmasse se todas elas estavam diretamente ligadas a situações que se ligariam à pessoas, que se ligariam a fatos, que se ligariam a sensações, que me fariam não fechar os olhos de tamanho banzo por ter que assistir a tal retrospectiva às 4:00 da manhã?
cometi uma besteira. liguei a música ao ser humano. a sinfonia ao erro bruto. liguei o meu combustível de todos os dias ao que há de mais podre no ato de viver.
o que me faz dormir agora é o simples ato de desabafar. boa noite e que amanhã a chuva se faça presente.

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